segunda-feira, 2 de maio de 2011

Resenha: THOR - o filme


Asgard existe! E está num cinema bem pertinho de você. Bom, na verdade, a forma que retrataram Asgard é o primeiro dos pontos positivos do filme do “Thor”, que estreou no Brasil na sexta, 29 de abril. A cidade dos deuses nórdicos está lá, suspensa, e enchendo de orgulho qualquer leitor de gibi do Thor.

Mas existe leitor de gibi do Thor?

Pois é. Vamos e convenhamos que no Brasil, Thor é um herói popular na cultura das pessoas, pois já apareceu em desenhos, camisetas, jogos e bonequinhos. Mas nunca foi nenhum Homem-Aranha da vida. Prova disso é que o personagem só recentemente passou a ter um título com seu nome no país depois de décadas. E ainda assim, dividido com o Homem-de-Ferro, herói que teve sua popularidade alavancada com a franquia cinematográfica. Vai ver que nós, latino-americanos, nunca entendemos muito bem um Deus que enfrenta gigante de gelos, tem uma longa cabeleira loura e quando abre a boca fala todo pomposo.
Porém, justiça seja feita (afinal estamos falando de justiceiros). Desde que o roteirista de sobrenome complicado, J. Michael Straczynski, assumiu o título do Thor, em 2007, o personagem ganhou outro patamar e atravessa uma ótima fase nos quadrinhos. Claro que um personagem que caminha para os seus cinquenta anos de vida também teve momentos de glória nas mãos de Walt Simonson, Roy Thomas, Dan Jurgens, e de seus criadores, Stan Lee (que claro, aparece no filme), Jack Kirby e Larry Lieber (alguns destes homenageados nos créditos do filme).
E essa fase boa inspirou o filme dirigido por Kenneth Branagh, onde acompanhamos um Thor arrogante e impulsivo, que é punido por seu pai Odin a passar uma temporada na Terra para aprender lições de humildade e coisa e tal. Como dito no início do texto, o visual da cidade de Asgard está ótimo. Tanto que dá vontade do filme explorar mais o local e o povo que vive por lá. O ator Chris Hemsworth, que interpreta Thor, não chega a comprometer, e acaba passando batido. Tom Hiddleston, o Loki, irmão de Thor e vilão da trama, tem uma atuação mais caprichada e bons momentos no filme. Anthony Hopkins, de tapa-olho e roupa brilhante, convence como Odin, mesmo que de forma caricatural. Entre os amigos de Thor, mandaram muito bem na escolha do Fandral. O maluco é os cornos do personagem. Porém Hogun e Volstagg, principalmente este, mereciam melhor caracterização. E Lady Sif fica em cima do muro. Renne Russo, coitada, também merecia uma participação melhor.



Mas que fique aqui claro, que boa parte da empolgação com o filme, se dá pelo orgulho nerd que bate no coração deste que vos escreve. O filme tem muitos problemas de roteiro. Principalmente quando Thor está na Terra. Se por um lado não tem como não ficar amarradão na breve participação do Gavião Arqueiro, o núcleo da Jane Foster, interpretada pela sempre linda, mas que merecia um papel melhor, Natalie Portman, é uma forçação só. Dá até imaginar os produtores enchendo o saco do diretor para ele colocar na trama a Natalie para ser o interesse romântico, e a jovem que serve de alívio cômico, no caso a dispensável Darcy. Logo, você tem um final de segundo ato e um terceiro tipo “olha, gente, temos que resolver isso aqui tudo assim mesmo porque está chegando a hora dos créditos”, e o espectador pode ter a sensação que viu um prólogo do filme dos Vingadores. O que deve ser um pouco verdade. A versão 3D do filme não é tosca, mas também não é imprescindível para a película.
Porém, mesmo com essas falhas, Thor é um filme OBRIGATÓRIO, com letras maiúsculas, para os fãs do universo Marvel, e uma diversão válida para quem quer ver um filme-pipoca. E tem o mérito de ampliar as fronteiras deste mesmo universo nos cinemas, introduzindo um pouco de fantasia e magia, convivendo ao lado científico dos filmes do Hulk e do Homem-de-Ferro.
Ah, e como um bom filme da Marvel, espere os créditos subirem até o final!

3 comentários:

  1. sendo 10 o filme do homem de ferro e 0 o hulk do Angu Lee, quanto vale o filme, SIlvio?

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  2. Não sou fã de Thor, mas achei o filme divertido. Só achei desnecessário o romancezinho. Eu não sabia que Asgard era United Colors of Benetton. Achava que só tinha loiro cabeludo!

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  3. O filme do Hulk que me refiro é o de 2008, dirigido por Louis Leterrier.

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