quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Turma da Mônica por mais 500!



Desde que Maurício de Sousa e sua turma da Mônica migraram para a Panini Comics, os personagens vem ganhando um tratamento até então inédito nos quadrinhos brasileiros. Um deles, que tive a honra de ler, foi a publicação de Maurício de Sousa por 50 artistas, que, por conta dos cinquenta anos de carreira do mesmo, reunia artistas como Angeli, Gabriel Bá, Rodrigo Rosa, Laerte, Fabio Cobiaco, Marcelo Campos e outros bambas do lápis, para darem seu ponto de vista aos personagens do universo criado por Maurício. A publicação teve sucesso e a edição Maurício de Sousa por mais 50 artistas chegou recentemente às livrarias.
Só que a grande homenagem à obra de Maurício e aos fãs, foi a publicação da Coleção Histórica da Turma da Mônica que, pelo que vem escrito nas últimas páginas de cada edição do volume 19, acaba de chegar ao fim. Além de matar a nostalgia dos leitores antigos e apresentar os primórdios dos personagens para os novatos, o destaque do trabalho são as notas escritas pelo roteirista Paulo Back, que situa o contexto histórico em que as tramas foram escritas e, aí o grande lance, dá crédito a outros roteiristas como Rosana Munhoz, o arte-finalista Alvin Lacerda e outros. Além de destacar quando, por conta do volume de publicações, o próprio Maurício teve que contratar novos roteiristas.
O que acontece é que personagens como os da Turma da Mônica, ou o próprio Menino Maluquinho, do Ziraldo, acabam ganhando um volume de aparições mensais em diversas mídias, e seus criadores se vêem obrigados a formar uma equipe para auxiliá-los na demanda. Acontece que o nome destes profissionais sempre vem na penúltima ou antepenúltima página da publicação numa fonte de corpo 6 ou 5. Não estou aqui buscando culpados nem acusando ninguém. Os créditos estão lá.
O que me questiono é por que o nome destes profissionais não pode vir no início de cada história? Eles seguem o padrão Maurício de Sousa, Ziraldo etc. No universo dos quadrinhos de heróis norte-americanos de capa e cueca de fora, após Jerry Siegel e Joe Shuster, criadores do Super-Homem, pertubarem a vida da DC Comics, virou praxe os gibis trazerem ao lado do nome do herói, o nome dos criadores do mesmo, e os respectivos argumentistas e desenhistas da história ali apresentada.
Maurício de Sousa é merecedor de todas as homenagenes e retrospectivas que sua obra vem recebendo. O próprio Paulo Back afirma que tudo até hoje é supervisionado por Maurício e todos já lemos histórias da turma em que a metalinguagem se faz presente quando apresenta Maurício brigando com algum desenhista ou roteirista da sua equipe. Colocar os nomes destes profissionais no início de cada história seria um grande avanço na indústria de quadrinhos e na formação cultural das crianças que as lêem.

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