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quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Deus e o Diabo no palco da UNIRIO
Estreia hoje e fica em cartaz até o dia 22 de agosto na UNIRIO, a montagem que a Cia Provisória fez do clássico filme do Cinema Novo, Deus e o Diabo na Terra do Sol, que só foi possível ser realizada a partir de uma vaquinha feita na internet. Abaixo o release que nos enviaram e o serviço:
Deus e o diabo na terra do sol
Estreia 10 de Agosto – 19h
Temporada – 10 a 22 de agosto – todos os dias, 19h.
ENTRADA FRANCA - DISTRIBUIÇÃO DE SENHA 30 MINUTOS ANTES
Sala Glauce Rocha - UNIRIO (Avenida Pasteur 436, fundos – Urca /RJ)
Classificação Etária: 16 anos
A Cia. Provisória é um núcleo de pesquisa com foco no teatro musical brasileiro formado por alunos dos cursos das Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO que rompeu o campus da Universidade, profissionalizando-se e levando às mais diversas platéias o resultado da primeira parte de sua pesquisa: a montagem do musical Calabar, o elogio da traição.
Agora, 3 anos depois da estreia de seu primeiro espetáculo, a Cia. Provisória volta à Sala Glauce Rocha, na Escola de Teatro da UniRio para apresentar sua mais nova produção, “Deus e o diabo na terra do sol”, uma leitura teatral do filme homônimo de Glauber Rocha que, em 1964, mudou os rumos do cinema Brasileiro.
“Deus e do diabo na terra do sol” narra a saga de Manuel e Rosa, dois camponeses que levam a vida à mão de pilão, à enxada e aboios – tangendo, sempre, boiada alheia. A comida pouca, o trabalho pesado, a absoluta falta de facilidades são fatos rotineiros na vida desses dois. Manuel num gesto heróico / anti-heróico, tentando manter o que lhe resta de dignidade, torna-se o assassino do Coronel Morais – seu patrão, explorador e carrasco. Perseguido pelos homens de Morais que já matara sua mãe, Manuel une-se a Rosa em um calvário em busca da salvação espiritual em detrimento de um corpo que sofre desde sempre. A partir desse momento, junto aos dois, começamos a presenciar a batalha travada pelo duo poder / religião. De um lado está o Santo Sebastião – beato ilustre, responsável pela debandada de grande parte dos empregados dos coronéis da região que viram em suas promessas uma possibilidade de existência –, do outro os coronéis latifundiários e seus interesses. O primeiro luta com as armas fortes da religião os outros com armas de fogo, e é nesta campanha – a dos armados – que entra a misteriosa figura de Antônio das Mortes, vil matador de aluguel que faz do seu ofício um orgulho. Antônio das Mortes, cumprindo um de seus deveres, comete o “massacre dos beatos em Monte Santo”, deixando vivos, apenas, Manuel e Rosa. Morreram o Santo e seus seguidores, mas, a fé dessa gente é imbatível, e segue. É neste ponto da história que surge a antológica figura de Corisco, o Diabo Louro. Representante do grande cangaço, Corisco é uma espécie de herói dos pobres e marchava com sua esposa e seguidores em busca do Deus Negro, Sebastião. Ao saber, por Manuel – que por força do destino o encontra – do assassínio, Corisco promete vingança e sai à caça de Antônio. Encontram-se. Em épica batalha o matador de cangaceiros mata Corisco e fere sua mulher, Dadá. Num grito de última esperança, assegurado pela promessa do Santo de que um dia o sertão viraria mar e o mar, sertão, Manuel, agarrado a Rosa, corre. Corre e encontra o mar. E no mar, naquela imensidão verde, as suas esperanças de, ainda, viver.
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