sexta-feira, 11 de março de 2011

Música para ensaboar a alma



“MTV no Circo” foi como o pessoal batizou a noite que reunirá, na Lapa, Martin & Eduardo, Cachorro Grande e Sabonetes. Marque na agenda: 25 de março. Velhos conhecidos nossos, os gaúchos da Cachorro Grande vão encerrar a festa que apresentará ao público carioca Martin & Eduardo, músicos que acompanham a baiana Pitty, e os Sabonetes – que estrearam no Rio, num festival, ano passado. Com esses últimos, criados em Curitiba e hoje morando em Sampa, a gente trocou uns e-mails que viraram um texto.

O primeiro passo era entender o nome da banda. Foi o baterista Alexandre que contou essa e outras histórias: “Sabonetes limpam e renovam. Do sabonete se faz a espuma da mulher nua na banheira, e do sabonete se tira a glicerina para a bomba caseira. A música serve para lavar a nossa alma, mesmo que seja apenas cantando no chuveiro. Mas não leve essa explicação muito a sério... Acho que nunca trocamos de nome porque este, apesar da estranheza inicial, soa bem. Começa e termina com ‘S’. Tem vogais em todas as sílabas, é musical.” A banda tem também João Davi (baixo), Artur (voz e guitarra) e Wonder (guitarra).

Um jornalista de SP escreveu que a trupe vai de Pixies a Cartola, o que deixaria clara uma certa “dualidade”. Para Alexandre, no entanto, a brincadeira vai bem além disso e rótulo é o que menos importa: “Escutamos e fazemos música pelo efeito que ela causa em nossos corpos e mentes, independente do estilo.” Na primeira vez em que se apresentaram no Rio, justamente no palco do Circo Voador, esses caras experimentaram ótimos efeitos. “Isso fez nosso show ficar mais coeso e explosivo. Agora, estamos preparando um repertório especial para a noite de 25 de março...”, promete Alexandre. Leia-se canções novas e novos arranjos para outras mais antigas.

Ouvindo com atenção os Sabonetes, um sujeito mais atento pode encontrar semelhanças com contemporâneos deles, como os Superguidis. Grupo gaúcho. Cutucado com uma teoria sobre diferenças básicas entre roqueiros paranaenses e gaúchos (uns mais cachaceiros; outros, intelectuais), o integrante do Sabonetes garantiu: “Conhecemos e gostamos do Superguidis. E... Não acredito nessa divisão, tudo depende muito da época e da geração. Temos muitos beberrões também em Curitiba. Sempre escutamos muito rock brasileiro, inclusive o gaúcho. Júpiter Maçã é um cara que admiramos profundamente.”

O sujeito pode até gostar da cena porto-alegrense, mas, na hora de fazer as contas, vai é para São Paulo. Os Sabonetes não fugiram dessa regra: “Nossa mudança foi por um motivo funcional. São Paulo é o centro cultural e comercial do Brasil. Além disso, estávamos gastando muito tempo e dinheiro viajando direto para lá. Resolvemos ficar direto.”

Para fazer o quê? “Queremos tocar, tocar muito. Percorrer todas as cidades, mostrar nossa música para o maior número possível de pessoas. Viver o rock e fazer parte da cultura musical pop brasileira.” Beleza.

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