segunda-feira, 21 de março de 2011

Mombojó vai apagar velinhas em grande estilo



Você pensa no mundo livre s/a e não tem dúvidas: esses caras são cascudos e foram pedras fundamentais na construção daquilo que conhecemos como Mangue Beat. O negócio aliás ficou tão conhecido que hoje cada um escreve de um jeito: “manguebit”, “mangue-beat”, apenas “mangue”, e por aí vai... Firme, nessa história, é a essência daquele movimento: sujeitos-caranguejos com cérebros inquietos e bastante musicais, prontos para uma briga, digo, um som. O grupo de Fred Zero Quatro e companhia foi referência importante para o Mombojó, banda que agora bate no peito para comemorar dez anos de estrada. Uma das noites para festejar essa data bem redonda será a de 1º de abril, quando no Circo Voador Mombojó e mundo livre vão fazer uma espécie de festa.

Felipe S, cantor do Mombojó, topou uma entrevista por e-mail para falar sobre essa primeira década de atividades. Para ele, isso é só o início. “Dez anos eu acho muito tempo, mas passou bem rápido e ao mesmo tempo sinto que estamos muito motivados a passar mais algumas décadas fazendo som juntos. Não imaginava que conseguiríamos um público e hoje felizmente temos o nosso. E dentro do nosso lema, ‘devagar e sempre’, estamos cuidando com muito carinho da nossa carreira”, explica ele por e-mail.

Devagar e sempre por um lado, ok. Mas por outro lado muito veloz e transportando gigabytes de dados. Via internet. O Mombojó sempre usou a WWW e se orgulha disso. “De forma natural, ela faz parte da nossa forma de trabalhar”, ensina Felipe, para quem outra grande influência foi a Nação Zumbi. Mais do que influência, ele confessa, NZ e mlsa eram aquilo que o Mombojó queria ser quando crescesse. E cresceu.

Pena que não o suficiente para que Felipe possa viver exclusivamente daquilo que a banda gera de grana: “Como músico, não recebo por mês e tenho que inventar várias coisas para pagar minhas contas. Fora o Del Rey, a outra banda em que toco.” Ele não deve precisar de altas quantias, porque não estamos falando de caras que se inspiraram em bandas do, por exemplo, glam rock gringo. A confirmação vem logo em seguida: “Somos muito amigos e temos um cotidiano bem família. A banda é o que nos une. Mas hoje em dia todo músico tem que se virar. De tempos em tempos, alguns de nós estamos tocando com pessoas novas ou produzindo discos de alguma banda. Essas são nossas principais atividades.”

Estar em Sampa – como fazem “milhares” de outras bandas de Recife – ajuda nisso. Mas não é fundamental, pelo que diz o cantor. A grande rede de computadores parece ter feito com que essa condição não fosse determinante. Para eles, mais importante do que estar em SP é conhecer o público que têm. E com a ajuda da santa WWW eles conseguem: “Nosso público está bem espalhado pelo Brasil. Naturalmente, é maior em algumas capitais, como Recife, São Paulo, Rio, Salvador, Fortaleza, Natal. Quanto à idade dessas pessoas, acho que nossa música alcança gente de todas as faixas. Mas a predominância é de jovens.”

Para esse grupo (tão) heterogêneo, Felipe promete um show com repertório (bem) variado. O Mombojó vai tocar músicas de todos os seus álbuns. “O Circo Voador faz parte da história do Mombojó, foram vários shows lá desde o nosso começo. E dez anos depois o Circo abre suas portas para celebramos essa data. Com certeza, vai ser algo muito especial. O público carioca tem um toque especial: é muito vibrante. Sinto que ele até interage menos com a banda, mas é uma coisa boa, como se estivesse cada um do seu modo muito feliz por estar vendo o show. Eu particularmente gosto muito do público do Rio de Janeiro.”

Um comentário:

  1. Só tá faltando um e-flyer para pagar meia :)
    PARABÉNS MOMBOJÓ ! Uma das mais contemporâneas bandas dos últimos 10 anos \o/

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