quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Quadrinhos e chicotadas

Apesar dos mortais aproveitarem os meses entre dezembro e fevereiro para terem um momento de descanso em seus ofícios, aqui no Circo Voador continuamos ganhando uma gargalhada toda vez que mencionamos a palavra "férias". E depois algumas chicotadas. Todavia, quis o destino que minha obstinação pelo lazer não entregasse os pontos e arrumei tempo para degustar duas publicações no período recente que, após as devidas chicotadas, comento com vocês.



No sexto volume de As Tiras Clássicas da Turma da Mônica, que registra o período de 1969 a 1971, o desenho dos personagens está mais arredondado, já distante de suas feições iniciais do início da década de sessenta, e mais próximos de como são desenvolvidos hoje em dia. Além disso, alguns personagens consolidaram de vez sua carreira, como a comilona Magali e o cão Floquinho. Legal também ver fatos da época ligados às tramas, como a conquista do tricampeonato na Copa do Mundo de futebol, o filme Barbarella, os gibis do Shazam!, a cultura hippie, entre outros. As tiras da turma da Mônica nesta época traziam um quê de politicamente incorreto que, por motivos culturais, foram deixados de lado nas histórias de hoje em dia. Ainda bem que a Panini e o Maurício de Sousa tiveram o bom senso de relançar esta coleção de um momento histórico dos quadrinhos nacionais.

Justiceiro: Zona de Guerra é um encadernado da Panini, que traz completa a mini-série Punisher: War Zone, publicada em seis edições em 2009 nos Estados Unidos, pela selo Marvel Knights, da Marvel. O mérito da publicação é reunir mais uma vez a dupla Garth Ennis (roteiro) e Steve Dillon (arte) para aplicar uma dose de violência grotesca e divertida nas tramas de Frank Castle. Vamos ao passado. No final dos anos 90, alguns personagens da Marvel não estavam atravessando fases boas. Na verdade, os anos 90 foram uma época muito esquisita nos quadrinhos de super-heróis. Daí criaram o selo Marvel Knights para levantar a moral de alguns heróis, entre eles o Justiceiro. Bom, no início não deu muito certo, mas a chegada de Garth Ennis e Steve Dillon ao título, depois de seus feitos na série Preacher, trouxeram de volta à dignidade ao personagem e ao gênero do "herói machão que encara um exército sozinho apenas com um bastão de beisebol", que, como já dito, foram explorados à exaustão nos fatídicos anos 90. O frio, sanguinário e implacável caçador de criminosos, o Justiceiro, está de volta! E Garth Ennis e Steve Dillon sabem direitinho o quê fazer com ele!

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