quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Dobradinhas e outros tais :: César Lacerda e Letícia Novaes



Estávamos todos no Circo Voador prontos para o show da Solange. Quer dizer, todos não! Apesar do som hipnotizante da banda que acompanha a moça na turnê, minha missão na Terça, véspera do feriado da Consciência Negra, era se deslocar até aos arredores da Praça da Bandeira para assistir à estréia do projeto Dobradinhas e outros tais
A ideia do projeto é reunir novos músicos em shows duplos inéditos. A estréia foi com a Letícia Novaes, do Letuce, e com o cantor mineiro César Lacerda, que recentemente lançou o (elogiado, e com razão) disco Porquê da Voz. Além da apresentação da dupla, a programação contemplava também a discotecagem do  La Cumbuca Sistema de Som, projeção da Ava Rocha, pintura da Ana Alexandrino e uma parada que eu achei bem bacana que era uma menina que fez carimbos com frases retiradas de cartões postais de mil novecentos e lá vai fumaça, comprados na feira de Antiguidades da Praça XV. Cara, você não sabe quantas frases geniais você pode achar no passado! 


Vale também destacar que o evento havia sido destaque durante o dia numa matéria que falava sobre "cena musical" da cidade no jornal dos Marinho. Por isso, confesso que cheguei esbaforido a Forneria Filomena para não perder o início da apresentação e fiquei um pouco bolado pelos tantos presentes. "Cadê aqueles tantos que curtiram a tal matéria?" pensei até ingenuamente. Porém o Rio é o Rio e pouco depois das 21h é que o povo chegou, mesmo a divulgação tendo focado na hora do show as 21h. Enfim, atrasos acontecem. E esperar ao som da seleção do La Cumbuca não é uma espera, é uma vivência excelente!


Eis que ambos sobem ao palco e levam juntos "Quase Colorida" do Jorge Ben Jor. É uma dupla interessante. Letícia é falante, explicativa, grande, faz piada. Em alguns momentos lembra a Phoebes, da série Friends, em outros alguém que sabe deixar as pessoas por perto bem a vontade. César é mais na dele. Não é piadista, mas sabe ser irônico. Não explica tanto preferindo chegar logo na execução. E tem uma voz gigante que tomava o espaço e o céu sobre aquele terraço. Bolinhas de sabão voam sobre todos durante o show. Que merda ter esquecido a seda!


Cada um mostra três canções separados  e depois se reúnem novamente. Revelam que houve um ensaio. E uma promessa de um mapa astral. Enfim... 
Uma interessante dobradinha reunida, interessante proposta de evento. Segue rolando nas próximas terças na Forneria Filomena, ali próxima à Praça da Bandeira, e custa 10 pilas a entrada. Iniciativa válida, indicada e necessária nesses tempos em que pipocam artistas por aí precisando de alternativas diversificadas para se apresentarem. Interessante também a composição da noite que reuniu uma tijucana e um mineiro, que tiveram o som operado pelo capixaba Rabujah, que lançou recentemente um excelente EP. Ou seja, o projeto já nasce somando vivências e experiências de praças diversificadas!

Viva!

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