Há tempos não vibrava tanto numa peça de teatro como me fez vibrar MUNDO GRAMPEADO Uma ópera tecno-tosca!
Texto, elenco, banda! Tudo sensacional! E olha que fui em estreia de temporada onde as coisas muitas vezes não saem 100%! E claro, o que mais me agradou: é engraçado! Engraçado sem ser uma extensão de Zorra Total (com todo respeito com quem trabalha no programa) ou do vídeo de humor bombado da internet no momento (com todo respeito a quem faz vídeo de humor bombado na internet). Engraçado porque somos nós rindo de nós. Engraçado porque espeta sem nem a gente perceber que está sendo espetado. Sabe quando a gente se machuca bêbado mas tava tão pilhado que só vê a ferida depois? Isso que o Mundo Grampeado faz! E faz muito bem! Estão lá a barraquinha de churrasco, a crítica formada pelo Jornal Nacional, a Lapa, a xiboquinha, os interesses dos políticos, a farinha misturada, os cinquenta tons de cinza... Tudo ali! Nesse teatro, eu acredito!
Agradeço muito ao diretor e escritor do texto, Marcus Galiña, por essa experiência! O cara participa da peça no estilo John Huston em O Tesouro de Sierra Madre e deu aos palcos do Rio, mais uma vez, um ótimo espetáculo. E aposto que contou com a ajuda do elenco para dar ainda mais vida a alguns diálogos. Queria eu saber usar tão bem assim tantas palavras! E pelo que sei montar essa peça foi uma aventura pelas dificuldades que é grana, espaço, estrutura e coisa e tal! Mas conseguiu um espetáculo vivo. Um espetáculo da minha geração!
A banda ao vivo em cena com direção do Pedrinhu Junqueira tá da pesada, o elenco é divertidíssimo e em alguns momentos tive a oportunidade de ver Vicente Coelhi e Daniel Uryon (ambos também da banda Biltre, assim como Arthur Ferreira, responsável pelo som) em cena repetirem o entrosamento de duplas marcantes como Oscarito e Grande Otelo, e Renato Aragão e Dedé Santana!
Infelizmente só tem mais quatro datas previstas lá no Teatro Municipal Maria Clara Machado (hoje, amanhã e nos dias 04 e 05/06), terças e quartas a partir das 20h. Deveria ter cinquenta, no mínimo!
Parabéns, Cia Monte de Gente!
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