Que noite, camarada. Que noite! Como disse meu amigo Thomás,
que me acompanhou nessa viagem espacial da música brasileira: “essa noite é um
lugar inacessível da memória.”
A atmosfera era de celebração. Todos: público e convidados,
queriam saudar da forma que podiam a genialidade, a história, a contribuição de
João Donato para o nosso cancioneiro e Cultura.
Biritando na porta do Circo já dava pra sentir aquele
cheirinho de noite histórica. Meu amigo Thomás, músico na puberdade artística,
fã de Donato, Melodia e Caetano, tava amarradão feito coturno de metaleiro.
Rindo à toa.
Pra nossa felicidade, o Circo Voador deixa a gente entrar
com copos, porque os nossos de 500ml de caipivodka tinham tomado 2 ou 3
beiçadas apenas quando uma voz feminina começou a anunciar que o dono da noite
entraria no palco com sua orquestra. Atravessamos rapidamente as catracas, e
caminhamos que nem aquela galera da Marcha Atlética para a beirinha do palco. Ficamos
com o peito encostados na borda, pertinho dos músicos. O Cenário era massa,
aquela gente linda recebendo calorosamente o nosso garoto oitentinha e ele
rindo um sorriso que ia da orelha privilegiada da esquerda para a privilegiada
da direita. Que beleza.
Mais bonito ainda ficou quando ele começou a tocar, senti a lona decolar. Donato e sua trupe estavam inspirados e nos levaram por um viagem sonora raríssima, deliciosa.
Eu achei que não pudesse ficar melhor, por um momento até me esqueci que a noite seria de homenagens e participações. Mas Donato, sempre elegante, anunciou Marcos Valle, que o saudou ao teclado e voz, acompanhado por todos aqueles músicos fabulosos. A execução do sucesso da dupla: “Não Tem Nada Não”, deixou todos os quadris presentes extrovertidos demais. Não havia nenhum que se mantivesse acanhado diante de tanto balanço. Garantiu o suingue da noite.
Mas, em se tratando de Donato, suingue nunca é demais. Então, ele convidou Luiz Melodia pra subir ao palco. “Fim de Sonho” e o sucesso mundial “Bananeira” foram executados com a maestria que a noite exigia. Bailaço!
Depois foi a vez de Donatinho, filho do mestre, chegar junto com seus teclados siderais. Voamos ainda mais alto. Esse aí nasceu em berço esplêndido. Um sortudo talentoso.
Depois foi Leny Andrade, que pra mim era um nome distante, mas foi uma surpresa fantástica. Que descoberta, que voz, que talento! “Lugar Comum” deixou o circo boquiaberto, e “Até Quem Sabe” foi o estopim. O Circo helicopterizou embasbacado com o que via. Acha que eu tô exagerando? Olha isso >> https://www.youtube.com/watch?v=U4cTm8pKha0
Eu também queria ter uma voz dessa pra saudar as pessoas que amo, como Leny saudou Donato. Demais!
Mais bonito ainda ficou quando ele começou a tocar, senti a lona decolar. Donato e sua trupe estavam inspirados e nos levaram por um viagem sonora raríssima, deliciosa.
Eu achei que não pudesse ficar melhor, por um momento até me esqueci que a noite seria de homenagens e participações. Mas Donato, sempre elegante, anunciou Marcos Valle, que o saudou ao teclado e voz, acompanhado por todos aqueles músicos fabulosos. A execução do sucesso da dupla: “Não Tem Nada Não”, deixou todos os quadris presentes extrovertidos demais. Não havia nenhum que se mantivesse acanhado diante de tanto balanço. Garantiu o suingue da noite.
Mas, em se tratando de Donato, suingue nunca é demais. Então, ele convidou Luiz Melodia pra subir ao palco. “Fim de Sonho” e o sucesso mundial “Bananeira” foram executados com a maestria que a noite exigia. Bailaço!
Depois foi a vez de Donatinho, filho do mestre, chegar junto com seus teclados siderais. Voamos ainda mais alto. Esse aí nasceu em berço esplêndido. Um sortudo talentoso.
Depois foi Leny Andrade, que pra mim era um nome distante, mas foi uma surpresa fantástica. Que descoberta, que voz, que talento! “Lugar Comum” deixou o circo boquiaberto, e “Até Quem Sabe” foi o estopim. O Circo helicopterizou embasbacado com o que via. Acha que eu tô exagerando? Olha isso >> https://www.youtube.com/watch?v=U4cTm8pKha0
Eu também queria ter uma voz dessa pra saudar as pessoas que amo, como Leny saudou Donato. Demais!
Aliás, várias apresentações da noite estão no Youtube, quem
não foi precisa ouvir uma por uma pra ter dimensão da noite sonora que rolou
naquela quarta-feira. Entre as que estão lá, tem a que perdi pra pegar uma
cerveja e ir ao banheiro. O índio Shaneihu interpretou “Kanarô” e “A Paz”com o
mestre. Quando eu voltei, Donato estava se divertindo com um cocar enorme na cabeça,
rindo à toa. Amarradão com as homenagens.
Depois ele chamou uma galera da nova geração, que
interpretou outros sucessos de Donato com a maior energia. Mihay, Maíra de
Freitas, Tárcio e Luisa Maita nos mics e Kassin no baixo fizeram a maior festa
pro mestre.
Wanda Sá e Paula Morelenbaum, antigas parcerias vocais de
Donato, também botaram seus gogós afinados a serviço da celebração, ao deleite
do público e do mestre.
Pra garantir a diversidade musical da noite, BNegão chegou
junto pra somar no groove. “Terremoto’ ganhou uma interpretação energética do
rapper, e “Tim Dom Dom” ficou classe A na voz grave dele.
Daí, então, chegou a vez do convidado mais ilustre da festa.
Caetano Veloso subiu com um sorriso enorme e um olhar de admiração bonito à
beça que atravessava o piano e alvejava acertava em cheio o garoto Donato.
Garoto porque a essa altura, ele se divertia feito moleque diante de tantas
homenagens e respeito.
Caetano cantou “A Rã” e “Naturalmente”. Me amarro nessas,
mas não sabia se curtia ou se acudia o Thomás, que a essa altura já gritava na
direção do palco que o Caetano era pai dele. rs
Caetano cantou, foi ovacionado pelo público, saudou
carinhosamente Donato e saiu. Todos os convidados da noite subiram, menos ele,
que deve ter ido embora satisfeito. Eles cantaram uma canção que eu queria
muito me lembrar qual foi, mas a emoção misturada com o destilado não me
deixam.
Mas a noite de Donato 80 anos... Ah, essa não sai da memória
nunca mais. “Essa noite é um lugar inacessível da
memória.”
Túlio Baía é Dj residente da Festa Tupiniquim e nascido para bailar!
Fotos: Ramon Moreira
Show realizado em 20 de agosto de 2014.
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